Sonetos : 

Soneto à morte do Conde Orgaz

 
Lá longe, mais além, onde não vejo ninguém,
existe um préstito funéreo
a que minh'Alma se prende, porque contém,
um profundo olhar etéreo ...

Vão muitos a sepultar, entre lúgubres caminhos,
D. Gonzallo de Tolledo, Senhor da Vila de Orgaz.
"Óh morte, quando é que também me vestes...?" Assim diz, o Poeta-Conde, Senhor da vila de Monsaraz!

E em hora derradeira ouve-se uma voz sem Paz:
Não há ninguém que me conforte,
oiço ainda o Vento chorar trágico e forte!

E tanta gente se vê nos funebres chorões do seu caminho
a abrir com lágrimas de morte, um qualquer destino,
para aquele que foi outrora o nobre Cavaleiro Conde de Orgaz!


Ricardo Louro
em Évora


Soneto que nasce da belissima Tela do Pintor El Greco em que o tema principal é a morte e enterro do Conde Orgaz. Uma Obra que considero fenomenal pelas expressões de rosto, movimentos delicados e profundos que indicam a intenção de realizar umas das 7 obras de misericordia corporais, enterrar os mortos. Toda a envolvência e intenção Esotérica da pintura é magnifica...


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/06/2012 23:10  Atualizado: 30/06/2012 23:10
 Re: Soneto à morte do Conde Orgaz
Gostei do teu soneto. Parabéns para o Alentejo.