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A minha obra é linda.
A minha obra, no fundo, não presta.
A minha obra quero emigrá-la longe porque me pesa imenso.
A minha obra devia já ter sido publicada na Albânia e na Nicarágua.
A minha obra é um alfinete e uma aranha a massacrarem o espantalho-pop.
A minha obra dizem que tem referências a mais e ninguém a entende direito.
A minha obra nunca está a par de mim: ou vai à frente ou atrás como um cão.
A minha obra é assim tipo Cesariny-Leminski-Frost - só que muito melhor.
A minha obra só tem um leitor, que sou eu próprio, e perco a paciência com ela com frequência.]
A minha obra nenhum dos meus amores gostou dela.
A minha obra, por sua vez, não gosta de mim.
A minha obra não tem nada por acaso, é esotérica benemérita e planetérica.
A minha obra, se eu a lesse sem saber o que era, vomitava de asco.
A minha obra tem as minhas mãos, que envelheceram desde os vinte anos.
A minha obra, na versão sua sintética, é o pim-pão-pum.
A minha obra é tão adulta que obriga-me a uma infantilidade completa.
A minha obra só existe porque sou fumador.
A minha obra define à partida quem escrever uma só palavra sobre ela.
A minha obra tem profunda weltanschauung, mas apenas às quintas-feiras depois das onze.]
A minha obra é e não é (lembrar o grego).
A minha obra chegou ao ponto de não ter vaidade alguma em ser uma obra.
A minha obra tem colarinhos finos e toma rapé.
Deixou o resto a uma bailarina por amor.
E na conversa, algures, citou Diógenes e Séneca
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