Poemas : 

[A Tristeza das Manhãs]

 
Alguma reflexão; senão, poesia para quê?!

Curioso... sempre admirei a natureza, sempre prestei atenção ao passo miúdo de formigas nos verdes talos de um pé de jiló, ao voo de flecha dos curiangos ao cair da noite, ao voo altaneiro dos urubus nas correntes ascendentes de ar quente, e sempre me encantei com a floração das árvores, dos jardins quando cumprem os ditames do tempo, das estações do ano...

Mas só agora, depois de viver tanto, tanto, dou-me realmente conta da beleza das manhãs, do espantoso choque do verde com a luz do sol, e da melodiosa manhã que vem no canto dos pássaros, no canto dos galos [que já foram injustamente chamados de "profetas da infelicidade", só por que, às vezes, anunciam o fim de uma noite de intenso amor!].

Realmente, há tempo para todo propósito... inclusive, para os que têm a sensibilidade de admirar as manhãs!
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Em tempo: essa constatação sobre as manhãs me entristece... Por quê? Por quê? Vivi demais, passado da conta?

[Penas do Desterro, 26 de junho de 2012]

 
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crstopa
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