Quando da Pátria que somos,
nunca fomos, despatriados,
exilados no silêncio das Palavras,
Palavras nunca ditas mas escritas, sentidas,
vivemos na renúncia de famílias sem voz ...
E por lá, distante das raizes que nunca fomos,
até a rima das palavras nos engole nesse exílio!
E as gentes, grades ambulantes que nos cercam!
E fico só, porque só eu fico, só eu me resto,
só eu me vejo!
Ricardo Louro
na estação de 7 Rios
em Lisboa
As palavras são o que tenho em mim de mais profundo e verdadeiro, a expressão mais vasta daquilo que sinto e sou , no entanto, elas também são por vezes o mais doloroso e eterno dos cativeiros ... lugar onde além de mim, mais ninguém entra ou poderá permanecer, estranha contradição! Estranha mas profunda!
Ricardo Maria Louro