Este livro sou eu,
Despida na pele
Da pena que voa,
Levando na proa
O meu carrocel.
São curtas as frases
Que deixo e dito
Na folha que é branca
Eu deixo escrito
Todos os sonhos
Que movem a vida
E falam verdades
Em que eu acredito.
“Este livro sou eu
Na pena que voa
Levando nas asas
Meus versos na proa”
Tudo é efémero
Tudo é eu bem sei.
Viver o momento
É meu pensamento
E eu nunca logrei
Tentar o impossível.
Aqui no meu canto
Espero a bom pranto
Meu imprevisível.
Açoita-me a voz
De alma vadia
Colhendo palavras
Juntando-as em larvas
Fazendo poesia
Deambulam uns sons
Em versos dos bons
P’la periferia.
A sombra da noite
Faz-me companhia
E a estrela que brilha
É o verso perfeito
Que solto do peito
E deito na folha
Tão branca de linho
Maquete de um verso
Poema sozinho.
Na alma que solto
a voz que me dói
Nos mares de além
Sou eu que revolto
O tempo que foi
E o tempo que vem.
“Tentando sorrir
Eu quero aprender
O céu colorir
E o tempo vencer”
Cecília Rodrigues