Entre nós, uma xícara de café vazia e algumas palavras educadas, dessas que a gente diz para ser egoistamente mais feliz quando o outro ainda nem nos pensou.
Olhares que buscam metonímias ou metáforas, poemas delineados às custas de muitos adjetivos e do modo subjuntivo porque não saberia mais dizer se o amor deve ser ao vivo ou apenas assim.
Entre nós, o silêncio das lacunas, uma nobreza toda tua enquanto sou vulgar sem esforço nenhum, e quase inconscientemente porque indecente mesmo é só aquele que julga.
Paredes, muros, coisas pela metade, pequenas verdades e uma soberania que pertence apenas a ti quando fazes-me sorrir diante de tuas palavras e imagens, diante de minhas bobagens e imprecisão.
Às vezes, não entendo como tudo pode ser tão pequeno, como a vida pode ser tão curta para caber tantos amores, tantas ameaças e cicatrizes.
Às vezes, não entendo como posso te querer tanto e odiar-me tanto pelo que não ouso nomear.
Essas firmezas trazem um cansaço quase atroz e na busca pelo mais distante abraço, não há o que fazer de mim e nem de nós além de avançar descalça e com os pés feridos mais uma vez
*Um 'distanciamento' tão próximo... Sentida construção. Gosto de como apresentas teu verso, é como um desenrolar dos fios de seda da alma das palavras. Beijo-te Karinna*