Estava lendo a revista GQ do mês e veio junto um manual das maiores marcas de relógios do mundo.
A revista que chegou a pouco no Brasil mostra que entramos no seleto time de possuir muitos milionários, incluindo o “sem vergonha de ser rico” e quarto bilionário do mundo, Eike Batista, que já prometeu ser o primeiro até 2015.
A conferir, eu boto fé.
Hoje em dia a gente escreve e pode ser lido por muitas pessoas caretas, além daquelas poucas pessoas a quem realmente estamos escrevendo. Se você quer saber em qual grupo pertence leia o livro “GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA FILOSOFIA” de Luiz Felipe Pondé.
Se você lê-lo até o fim você é dos meus, pois como são chatos os politicamente corretos, além de serem os tiranos deste século que se mostra horripilante nas idéias.
A internet criou este 'politicamente correto' onde todo mundo é amiguinho desde que “não me faça nenhum comentário desabonador.”
Se disser que não gostou de algo que alguém escreveu nas redes sociais pronto perdeu o amiguinho.
Quer ter muitos amiguinhos nunca fale nada contra ninguém.
Se disser “Não achei legal isso que você me digitou.” Pronto perdi um amiguinho, já fui deletado.
Foi criado com o advento das redes sociais “o mundo do faz de conta” novamente. Você lê a minha poesia que eu leio a tua”. “Ah não me leu? Então não te leio mais.”
Posso ser sincero?
Me deixa enojado este novo mundo de “Cinderela”, só tem gente boazinha nas redes sociais.
Este mundo de “Faz de conta” é um sumidouro, ou sendo mais moderno, um buraco negro de infelicidades.
Mas eu gosto do nosso bilionário, precisamos aprender que a riqueza traz generosidade quando conquistada de forma salutar. O errado é a perpetuação da riqueza na mão dos mesmos.
Nisto temos que aprender muito com os EUA onde a riqueza não fica passando de pai para filho, passa, mas com um alto custo fiscal que acaba incentivando doações em vida, mas não para pobres, de mão beijada, mas para as faculdades, entidades de pesquisas e tal, que acabam, ai sim, beneficiando toda a sociedade, e nesta também os pobres.
Mas e os relógios?
No Brasil só se falava em Rolex, era roubo prá cá era roubo prá lá e nesta fui pela primeira e única vez para a Alemanha com dois amigos em Outubro de 2001, logo depois do 11 de setembro.
Estávamos ainda em Frankfurt e fomos dar um rolê na noite da cidade e deviam ser umas onze horas quando, ao voltarmos pra o hotel, passamos num calçadão onde tinha uma vistosa joalheria bem em frente a sede da Mercedes Benz .
Até ai tudo bem a não ser que vimos em plena vitrine um relógio com o preço de $ 140.000,00 euros e na época a paridade não era menor que 3 ou 4 para 1 para a nossa moeda, quer dizer que em Reais em torno de R$ 500.000,00
Eu olhei para a sede da Mercedes Bens e não pude supor que existisse um relógio que saísse mais caro do que a maioria dos carros daquela montadora.
Eu notei ali o que é estar num país muito rico, pois aquele relógio ali naquela vitrine, naquela hora, com a loja fechada me chamou a atenção de que tipo de público que anda por ali naquele calçadão, pois no Brasil um Rolex normal não saia por mais de R$ 30.000,00 e já era o relógio da hora e só era mostrado com hora marcada presumo eu.
Se um relógio destes está na vitrine então não é para nem um nem dois felizardos, mas sim para uma gama significativa de passantes.
Ali eu vi o que estar num país rico, no mais me pareceu tudo igual, uma cidade parecida com Curitiba, talvez um pouco maior, poucos shopping Center e bem menores do que os nossos.
Eu e meus amigos ficamos observando a vitrine e descobrindo os filamentos que davam a segurança a ela e não eram poucos. Não tínhamos o que fazer e ficamos ali divagando.
Naquela viagem eu também descobri que não existe “povo educado ou mais civilizado”, existe sim, povo disciplinado e muito, mas muito vigiado, além de altas punições, como por exemplo as para os infelizes brasileiros que tentam andar de trem sem terem pagos os tickets já que não existem cobradores, como os meus amigos queriam.
Não existem cobradores, mas existem fiscais que aleatoriamente entram em ou outro vagão e também aleatoriamente pedem para um ou outro passageiro o dito cujo e ai de quem não o tiver. Terá que acompanhar o fiscal até a delegacia mais próxima, será fichado, e pagará uma multa que estatisticamente cobrirá qualquer prejuízo causado por todos os espertinhos, (normalmente estrangeiros desavisados), pois os nativos há muito tempo que não se arriscam.
Povo educado é povo disciplinado para que o bem comum prevaleça sobre o direito individual Este é o principal ensinamento que temos quanto viajamos para qualquer um destes países ocidentais da Europa, já nos do leste o comunismo não deixou bons exemplos.
E os relógios?
Se você comprar esta revista e ver este especial de relógios verá porque que tem alguns que valem uma Mercedes e que só agora estão chegando por aqui já que viramos a sétima economia do mundo.
Para o antigo Brasil eu acho que ganhava mais ou menos, embora nunca tenha comprado nenhum Rolex, nem os do Paraguai, mas já para este novo Brasil...
"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' Roselis von Sass – www.graal.org.br
"A felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo" Roselis von Sass - www.graal.org.br