Desfazem-se as marcas,
nas arcas do tempo.
Ventos novos chegaram.
Levaram o lodo colado
no bronze das estátuas,
guardiães do quartéis.
Não apagaram as estrelas,
da memória dos coronéis.
Nas ruas estavam os canhões.
Nas praças,as mãos abertas
pediam paz e pão.
Disparavam palavras de ira
dentro das casas fechadas
no mapa latino-americano.
Revoltas armadas...
cortinas de fumaça.
Nos ares,cacos de telha,
cavalos trotando nas pedras,
ferros retorcidos,
pneus em chamas.
Bocas nervosas,
sopram a coragem,
desfazem o medo.
{Muros e corpos foram ao chão}
Aprisionados,
sugam os pássaros,o orvalho.
Escrotos devoram as flores,
assassinam as árvores.
Poemas em ondas deslizam nas águas.