I
As minhas botas guardam o fim do pó da noite
As minhas (botas/notas) guardam (…) pó do fim da noite
Que tarde, azul-cobalto
A melancolia revelada num recanto da baía perdido algures no meio
As mãos gastas falam do tempo aos atacadores nos instantes que antecedem o salto
Não salto da janela
Salto pelo elevador e pelo portão tremeluzente
Transeunte…
As pálpebras pesam-me na ondulação dos néons, freeshop e monitores
Afinal existe mundo…e a vida cai, não cai…
Gate 24, não gate 17
A cabine aperta e o céu está á espreita em caleidoscópios de algodão
Olhos nos olhos – AIRBÚZIOS
365 dias… não sei
As asas parecem agitar-se mas não chego a ter pena
A cera do pó dos anos antecipara a partida
O azul do mar antecipa a chegada
II
Que interessa dormir? Quando o azul nos phala?
E a vida desponta em janelas coloridas na encosta?
Estante, edredon, almofada
Laptop, azul outra vez
Mundo… outra voz
Não costumo gostar de tunas mas algo tonifica-me
Talvez o silêncio transfigurado…
… Um punhado de anos
De pés sobre a balança e trolley
É natural que o caos renasça também, para tal basta viver
Talvez ordem excessiva
Azul em excesso