Grávida de incertezas
abandono o corpo
num aborto voluntário
seguro os pensamentos
na alma com o temor
das sombras no Inverno
sentido das coisas...
Balanço a mente
empurro os muros
da passagem pela noite
tardia da lua vazia...
A alma carrega ao colo
o âmbar do esquecimento
mergulha nas águas fluviais
frias e lucidas
na névoas das manhãs
com sabor a insónia...
Não há lábios nem lágrimas
nas mãos frias
quando no teu olhar
não encontro a esperança
que é o teu adágio...
Entrego a vida ao céu
ao mesmo que pedi por ti
nas vestes da promessa
que a luz é o caminho
onde te guiei na certeza
da vitoria descoberta do teu esforço
que agora se arrefece
para na madrugada se entregar vida...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...