Desfazem-se as marcas,
as arcas das alianças.
Ventos novos passaram.
Levaram o lodo grudado
no bronze das estátuas,
guardiães do quartéis.
Não levaram as estrelas,
a memória dos coronéis.
Nas ruas estavam os canhões.
Nas praças,mãos abertas
pediam pão.
Disparavam palavras de ira
dentro das casas fechadas.
Revoltas armadas...
cortinas de fumaça,
pedras,vidro e ferro.
Gritos de coragem
desfaziam o medo.
{Muros foram ao chão}
Hoje aprisionam os pássaros,
sugam o orvalho,devoram as flores,
assassinam as árvores.
Poemas em ondas deslizam nas águas.