Canta a moça latina
sua santa fúria
e bendita adrenalina.
E clama aos Donos da Vida
uma estrada não suicida.
Que saibam, geme em Mi Maior,
que o Tempo urge
e da ameaça que surge
em cada urro extinto,
em cada rio acabado
e em cada monte saqueado.
Mas são moucos
os ouvidos burgueses
dos impassíveis Reis do Mundo.
Só lhes preocupa
a fatal mercância
e o sustento da
própria extravagância
(triste arrogância).
E logo se pressente
o fracasso de tantas
"Rio + 20",
pois sustentabilidade
soa-lhes como um acinte,
já que lhes inexiste
a geração seguinte.
Pouco lhes importa o Futuro,
pois só ambicionam
o espúrio lucro
da Prostituta "Rua do Muro".
Pouco lhes importa o
canto latino da moça
que se lhes arroja
(E que, Quixotesca,
lhes enoja).
Pouco lhes importa
a outra geração
que insiste vir.
Só o ouro lhes
interessa.
Só a rapina pregressa.
Ainda que a vida
nos despeça.