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Poema ao advogado

 
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Onde estavas meu cabrão
quando Lhe decretaram
a crucificação?

Onde estavas filho da puta
quando Lhe recriminaram a conduta?

Onde estavas meu cabrão
quando nem Madalena
Lhe esticou a mão?

Onde estavas Cristão-Novo
quando a sentença
Lhe decretou o povo?

Onde estavas advogado
quando Ele foi açoitado?

Ei-lo disse Pilatos
e após os maus-tratos
após ser chicoteado
após o Filho ser vexado
depois de denunciado
E aos Seus nobres atos
Tu advogado
Ficaste calado
e perante os factos
consideraste-O
culpado!

Onde estavas meu cabrão
quando Lhe decretaram
a crucificação?

Tu que enriqueceste
a defender o violador
o pederasta e o corruptor

Tu que te imiscuas
na política e na finança
que defendes o violador
o pedófilo e o corruptor
tu que vives na fartança
do dinheiro amealhado
ao incauto desgraçado
que procedes a retardança
do processo do corruptor
e delineias a esquivança
jurídica do prevaricador

Onde estavas meu cabrão
quando Lhe decretaram
a crucificação?

Enriqueces com o incauto
e defendes o pederasta
defendes o traficante
e o déspota dinasta

Não te vi naquele dia
em que Pilatos vociferou
em que o povo gritou
Não te vi no monte das Oliveiras
nem quando o soldado O açoitou
mas vejo-te nas ombreiras
dos palácios e dos castelos
das mansões dos corruptores
nos templos das ordens iniciáticas
nas mansões dos doutores


Não te vi naquele dia
em que o Filho sofria

Vejo-te na TV
a defenderes quem não crê

Vejo-te a defenderes o rico
o poderoso e o estuprador
e perplexo fico
quando ilibas o corruptor

Onde estavas meu cabrão
quando o cravo Lhe furou a mão?
Onde estavam sua ralé
quando o cravo Lhe furou o pé?
Devias estar no cadafalso
quando O consideraram de falso

Não te vi naquele dia
em que o Filho sofria
Não te vi advogado
quando Ele foi chicoteado
de Lúcifer és o neto
e desapareceste
quando Pilatos
Lhe proferiu o decreto

És um génio em expedientes dilatórios
para o corrupto e o poderoso
e perante os factos acusatórios
usas de um ardil asqueroso

Já ao pobre e ao miserável
que se fodam pensas Tu
que apodreças no cadafalso
nauseabundo e nu!

Onde estavas naquele dia
em que o Filho sofria?


João Pimentel Ferreira

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Domine, scribens me libero

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Letra de Aónio Eliphis

Declamado por João Pimentel Ferreira
 
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jlpf
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/06/2012 16:40  Atualizado: 19/06/2012 16:40
 Re: Poema ao advogado
Um poema avssalador, reflexivo

Enviado por Tópico
Yan_Booss
Publicado: 19/06/2012 19:33  Atualizado: 19/06/2012 19:33
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Usuário desde: 26/08/2011
Localidade: Brasil-BR (Itinerante)
Mensagens: 522
 Re: Poema ao advogado
O poema se sobrepõe com sutileza sarcástica a mediocridade dos gentios leigos, fazendo-os passarem por bobos, por não entenderem o sarcasmo nas palavras com invólucro . Nécios, são o que são, pelo menos para eu, que tenho total aversão por indivíduos corretamente crédulos e bonzinho...

Yan