(De "Vozes do Aquém")
Por gentileza,
façam
muito silêncio,
para
me
deixar ouvir
com clareza
esses
poemas
sussurrados
pelos
espíritos.
Dividam comigo
o mérito
e o dever
de converter
em palavras
o movimento
das
engrenagens celestiais,
deslizando
durante
o
seu
momento
de
preguiça
primordial.
Tento,
mas
quase passo
do ponto
e
arranco
um
ronco
do
meu anjo
revisor,
que não
gosta
nenhum
um pouco
da
sua
tarefa.
Inibo
a
vontade
de
fazer
sozinho
e
volto
para
o
ditado,
consignado,
mas
não resignado,
ainda
me
sentindo
criador,
mesmo
que
da
palavra
a
lembrança
é
a
parte
que
me
cabe.
E
o
eco
a
sequência
natural.
Testemunho.
E replico.