Meus pés pisam num tablado de dança,
Música ambiente frenética e meio rouca,
No tresloucado gingado meu corpo avança,
Dribla um burburinho de notas e não repousa.
Ambíguas melodias assediam o rebolado,
Meu esqueleto enverga-se em esdrúxulo ritual,
Pares de dançarinos bailam lado a lado
E navegam sedutores num êxtase sobrenatural.
Fumaça branca cobre o amplo cenário,
Sinto-me camuflado e sou um corsário
Que mergulha num mar bravio e desconhecido...
No jogo de luzes que piscam alucinantes,
Imagino-me nos mares dos grandes navegantes
E rodopio ébrio ao escutar da corveta seu último apito!