Tanto as grandes como as pequenas coisas da vida, se tornam insignificantes perante a percepção da chegada ao términos do caminho. O que antes era tanto e enchia a vida, passa a ser de muito pouco ou até de nenhum valor. O vazio é agora a antecâmara da morte! O manto negro que vai cobrindo a alma em vésperas de esta abandonar o corpo que habitou durante o tempo que lhe esteve destinado ter de vida. No dia seguinte ou no outro, acordará defunto e a alma desprender-se-á e levitará sob o corpo que fora seu. Gosto de pensar que talvez haja uma breve despedida entre ambos, antes da partida em busca de uma outra vida, algures, prestes a nascer. Da anterior, pouco restará para além de velhas molduras com retratos amarelecidos e enclausurados lá dentro. E claro, um punhado de memórias guardadas pelos seus, que ainda ficaram e porventura, enquanto viverem, se lembrarão e velarão para que outros o não esqueçam. Mas haverá um dia, em que nada mais restará para além do tal pó, ao que parece, todos tornamos.