Tão efêmera quanto as rápidas chuvas de verão,
Que se formam rápidas e rapidamente despencam do céu,
Da mesma forma que se vão e o sol volta a colorir as gotas,
Ainda dependuradas nas folhas das árvores banhadas.
Ora sou o Sol, mantendo o domínio e minha soberania,
Por vezes sou as árvores regadas e ainda em regozijo ,
Noutras me sinto a chuva dominado pela paixão passageira,
Enquanto você é sempre verão, de torrentes e sofreguidão.
Passo todo o inverno esperando a primavera,
Quem sabe virás junto das flores e ficarás mais tempo,
No inverno sofro sozinho o frio e a saudade do verão,
No outono me desfolho enquanto lamento tua partida.
Assim vou passando o tempo, estação a estação,
Sempre que chegas imagino que para sempre,
Fazemos da minha cabana um castelo em festas,
E assim como chegas cálida, ávida e efervescente,
Voltas sempre exausta, farta e sorrateiramente.
Ainda bem que nosso tempo também é efêmero,
Fazemos um ano às vezes em apenas uma semana,
Quanto não encurtas ainda mais o tempo das estações,
Sempre sujeitas às circunstâncias da saudade e do desejo.
EACOELHO