Onde estavas,
que não te vi?
Passei de mansinho,
voando baixo sobre os quintais.
Risquei no musgo das pedras
mensagens e sinais,
e chamei-te minha,
- sabendo que te não tinha...
Enquanto as horas corriam em bandos,
histéricas, em brusca fuga
soltando penas,
armei-me em ferros de poeta,
herói de mentirinha,
sempre te procurando,
e ganhando-te a cada rinha,
só para te ter como já te tinha,
em vontades de ser, apenas,
e um medo em cada linha...
Abril 2007