Cheguei a um estado de complacência
Onde a perspectiva inexistente é aprazível
Compreensível na minha alma bicolor
Apenas um parco entendimento sofrível
Deixa aos outros a transparência
Do que fui, sou, monta de alguma dor
Preciso de um tempo que não temos
De um caminho paralelo
Há-de ser falta ou desmazelo
Comodamente baixo os olhos
Deitada na tua lembrança
Vasculho breve esperança
O toque da tua mão
Calor ameno, o meu coração
Levita agora no teu olhar
No teu leve gargalhar
Falando de coisas banais
Lembranças infernais
Ao meu coração arredio
Recordo de fio a pavio
Cada gesto teu.
Indago finalmente o porquê
A ausência
Comodamente sem interferência
Deixo a vontade à mercê
Na saudade agonizo com alguma eficiência
Qual será o teu pensar, as vontades contidas
Serão idas ou vindas ou a tua dor
Será que me vês despida de artefactos
Uma breve atenção nos instantes parcos.
Multifacetada convivência ou acto de amor.
Antónia Ruivo.
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...