Selva de pedra feras à solta...
Grunhidos, uivos e relinchos
feras enjauladas, sobem e, descem.
Em um pequeno quadrado eletrizado –
invenção de um animal racional...
Escalando montanhas de ferro e concreto,
feras à solta...
Comprimem-se sem cumprimentos;
olham-se ligeiramente em agonia –
desejo de sair correndo,
rumo à liberdade das prisões sem grades!
Olhos felinos... Caçadores à solta.
Feras de todas às idades
famintas estão... Entorpecidas, homicidas, vão...
Repartindo os despojos de outras, enfraquecidas
que, tombaram sem vida - vítimas das vítimas,
de um sistema faminto.
Fera come fera... Demarca o terreno,
devorando os grandes, esmagando os pequenos.
Feras à solta, na selva de pedra.
Cuidado...!
Presas... Não fiquem!
Não fiquem presas!
EstherRogessi.
Poesia: Selva de Pedra, Recife,28/08/2009