Complexo físico, pura ciência,
Equilíbrio que harmoniza o viver,
Avó da vida, mãe da mãe natureza.
É poesia, inspiração de poemas de amor,
É saga tristonha quando se ausenta,
Desgraça quando em exagero teimoso.
Efêmera qual paixão de carnaval,
Quando em aguaceiros de verão,
Ou renitente, fartando a preguiça,
Na teimosia fria das invernadas.
É saudade, quando faz exalar da terra,
Cheiro dos tempos entranhados na memória,
Sensualidade, desejos e fantasias,
Quando encharca um corpo em transparência.
Espanto, quando chega de surpresa na tarde,
Criando frenesi na busca por teto que a evite,
Ou aconchego de cantigas para fazer dormir,
Reinando nos domingos de preguiça e sossego.
A chuva é lira, poemas caídos dos céus,
Do lirismo contido no seu cair em acalanto,
Nas dores que carrega quando em tempestade,
Ou simplesmente na agonia da sua ausência.
EACOELHO