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( sem data )
ouço há alguns anos o mesmo ruído de morte que devagar muito devagar persiste e dói
uma cidade ruas desertas esquálidas soerguidas pelo esforço das ervas o Castelo restos intactos de muralhas que hoje têm serventia turística escadas que não conduzem a nenhures a torre da Sé cujo relógio recorda no toque a relatividade da vida porque a morte é como Pompeia um vasto sepulcro nela se enterram todos os nossos sonhos
sob a capa da vulgaridade há sonhos e dor que a ninharia e os comuns não admitem aos sonhadores
o José Júlio e o Paulo cada um a seu modo pertenciam a esta última categoria
daí a brevidade das suas vidas porque a ilusão do acreditar manteve-os e estimulou-os na essência dum projecto que ambos buscaram em excelência - ser em humanismo empenhados com desprendimento humorados com alegria amados -
no espaço de 6 meses no xadrez da vida jogaram o último lance
xeque-mate
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in memoriam
”só se vê bem com o coração”
“as coisas importantes são invisíveis para os olhos”
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hoje tento resistir ao inevitável e cogito
sobre a importância do invisível
Paulo em ritmo lento José Júlio mais acelerado na força na fragilidade na verdade nas memórias no querer ir mais além...
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personificam a tríade…
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