Não te dispas
Num corpo nu a longínqua esperança
Que se banha calmamente num lago
De peixes azuis e violeta
Na alma nua o travo do amargo
Do receio a incerteza
Será que me vês desnuda
Entendes os meus medos
Os anseios os dias que não vi
Ao me veres desnuda
Serás tu a outra metade
Serei eu a correnteza
Que trará átona a vida
Não te dispas
Deixa que os trapos se esfiapem
Que os medos se vão
Que o teu e meu coração
Repousem finalmente
Num repousar indiferente
Ao corpo desnudo que arrefece
Nesse dia meu amor
A alma será una
Dois corpos cansados
Ali lado a lado
Num repente o arado
Do desejo olvidado
Por fim despe a alma
O corpo acompanhará o despir
Sobe a pele extasiada
Um caminho a descobrir.
Antónia Ruivo.
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...