Desci do autocarro na paragem das avenidas perdidas e perdido estava eu, ali, envolto nos trapézios das personagens esquecidas, também elas perdidas das histórias por escrever ou já escritas e ainda por contar, tal como aquele lugar que desconhecia.
Esquecido do motivo que justificava a minha presença naquele espaço interminável, foi o discernimento a empurrar-me para um passeio de estudo dos movimentos enraizados…
Sem cansaço aparente…parei para pensar no caminho de regresso e nem sequer consegui recordar como ali tinha chegado… olhei para o relógio do tempo e percebi que tinham passado anos, anos de luz, sem o brilho que tanto esperava!
Sentei-me num banco feito de mármore, creio que de um banco se tratava, para perceber o que acontecia… primeiro, o pensamento desconfiou de quem era eu!
Depois, a conclusão foi lúcida e fugaz, como a passagem pela vida o tinha sido, o astro que nunca o foi, neste mar de pretendentes efémeros…
Ainda hoje, ninguém sabe se algum dia dali o corpo sairá ou se por lá continuará, á espera do momento de glória que tanto seduziu a vida daquele pretenso astro do mundo ilusório e momentâneo…