Prosas Poéticas : 

Saudade (Crônica)

 
Saudade (Crônica)
 
O relógio apressa a sineta

O frio assopra as vontades

O telefone toca demoradamente...

O moço bonito de olhos castanhos e de boca carnuda chegou.

O vestido guardado já retirado da poeira do tempo.

Restos de espera vagueiam no apontamento da despedida.

Partiu porque quiz, voltou para o meu desprezo!

Corre os degraus e tropeça na pressa da chegada ao sabor do olhar.

Lindo, lindo, como sempre!

Um amor partido dói tanto!

Sempre dói e só alarga as transparências do desejo escolhido.

Você é amor e sempre será!

E o jeito de dizer isso é ser cordial, afável, meiga.

O sorriso largado no sofá, nosso sofá, destroi as possibilidades do não.

A vingança da espera silenciosa, desenhada no bordado da colcha de retalhos.

O tempo para nós jamais passou, jamais passará...

Pena não ser a mesma mulher e o corpo nem me vestir um número que me agrade...

Não desejar você, é a passagem de angústia ao desapego,

Esquecido das vontades de ser quem é,

Você lê minhas batidas através da blusa

E denota a comoção do encontro.

Vem e me beija!

E no afago de seus lábios

A canção que toca,

Vem de todos os sinos das Igrejas que insistentes badalam.




Diana Balis

 
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DianaBalis
 
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