O relógio apressa a sineta
O frio assopra as vontades
O telefone toca demoradamente...
O moço bonito de olhos castanhos e de boca carnuda chegou.
O vestido guardado já retirado da poeira do tempo.
Restos de espera vagueiam no apontamento da despedida.
Partiu porque quiz, voltou para o meu desprezo!
Corre os degraus e tropeça na pressa da chegada ao sabor do olhar.
Lindo, lindo, como sempre!
Um amor partido dói tanto!
Sempre dói e só alarga as transparências do desejo escolhido.
Você é amor e sempre será!
E o jeito de dizer isso é ser cordial, afável, meiga.
O sorriso largado no sofá, nosso sofá, destroi as possibilidades do não.
A vingança da espera silenciosa, desenhada no bordado da colcha de retalhos.
O tempo para nós jamais passou, jamais passará...
Pena não ser a mesma mulher e o corpo nem me vestir um número que me agrade...
Não desejar você, é a passagem de angústia ao desapego,
Esquecido das vontades de ser quem é,
Você lê minhas batidas através da blusa
E denota a comoção do encontro.
Vem e me beija!
E no afago de seus lábios
A canção que toca,
Vem de todos os sinos das Igrejas que insistentes badalam.
Diana Balis