Da morte... não sei nada,
só a dor e as lágrimas salgadas,
derramadas,
por aqueles que se amam e se perdem
Julgava saber da vida,
quase tudo,
e ainda hoje me iludo,
pois da vida tão vivida,
chego ao fim e nada sei
Da esperança
de quando era criança,
da inconsciência
da adolescência,
da passagem a adulto
onde criei o culto
dos meus sentimentos,
já nada sei,
fiquei sem respostas
apesar dos anos
que trago nas costas...
Ouço um grito mudo
mas que tanto diz,
o silêncio ouvido,
o amor vencido,
o ganho adquirido
no futuro perdido
e nada sei da vida
que passou por mim
Na velhice... estou a aprender
a perdoar, a esquecer
a mágoa que me castiga
de me sentir esquecida
depois de tanto oferecer
de tanto ter dado de mim,
espero no meu silêncio
pela hora do meu fim
sem afinal...nada saber!
Célia Santos