Em um belo salão, espaçoso, apinhando de gente fantasiada.
Ruborizada pela emoção me entregava.
A valsar, a rodopiar, apenas a euforia, meu coração batia.
Fortemente batia...e me deleitava na fantasia, de ser por
momentos tão curtos, a rainha , por quem teu coração,
nutria uma grande paixão.
Eu a rainha, você meu valete.
Teus olhos, buscavam a minha presença.
E eu, sorrateiramente, seguia o teu caminhar.
Em cada passo da valsa, cada rodopio,
cada mudança de passo, buscava saber,
se me seguias no meu valsar.
Foi neste baile a fantasia,
que entre as colunas, e entre os vasos de plantas.
Tomastes-me num abraço, e qual, um valete valente,
me surrupiastes, me sufocastes, fazendo-me, arfar.
E como num passe de mágica,
roubastes um bem precioso, num beijo ardente, meu coração.
Com esse beijo roubado, meu coração,
que vivia em plena solidão, acompanhou os teus passos,
e fugindo contigo, me deixou cabisbaixa, quase moribunda,
e em plena juventude, agonizei.
Pois, meu príncipe valete, ao levar meu coração,
levou também, minha alegria, meu sonho e fantasia.
Trancafiado fostes em um calabouço,
nos porões de um palácio.
Por teres sido atrevido, por teres se aproximado,
de um bem tão precioso, a rainha que te amava.
E nem ao menos imaginavas, que a tua dor, o teu sofrer,
era compartilhado.
E num dia de inverno, tão triste, agonizastes,
e num lugar ermo e cheio de pedras,
fostes enterrado, sob a chuva fria e fina.
Não saberias que em outro lado,
num mausoléu, deitaram-me com cuidado
e assim distantes na vida, unidos pelo destino.
Viveríamos nosso amor.
Entre as pedras, que te cobriam,
nasceu uma bela flor, enroscada em cipó.
Quem disse, que um grande amor?
Amor que nasce, num baile a fantasia?
Pode se tornar real.
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
