Poemas : 

[ … abriga-me as mãos, possa eu escrever um verso

 
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abriga-me as mãos, possa eu escrever um verso,
grita-me,
grita-me as pontuações
que eu não consigo declamar,

e, nos traços que polvilham o papel,
desenha planetas, cometas, a estrela da manhã.

Que caiam as núvens como os braços cansados de remar,
ancora-me longe de terra,
e o mar que se apiede das tatuagens em queixumes meus,
ser-lhes-à sempre longinquo a imensidão do sonho,

ser-lhes-à sempre a alma do mundo que se extasia,
nos olhos semicerrados,

destinos incumpridos, repetirei.

Vê a beleza do adormecer do dia que me queda
para além das cascatas abissais da noite.

Nos traços que polvilham o papel,
dançam os planetas, os cometas, a estrela da manhã,

repeti-los-ei,

[ clama-me na metamorfose desta nostalgia que me molesta sem fim].


"Floriram por engano as rosas bravas
No inverno:veio o vento desfolha las..."
(Camilo Pessanha)

http://ricardopocinho.blogspot.com/
ricardopocinho@hotmail.com







[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]
 
Autor
Transversal
 
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 06/06/2012 03:40  Atualizado: 06/06/2012 03:40
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: [ … abriga-me as mãos, possa eu escrever um verso
é como sentir de olhos fechados... (ler-te)
não consigo sair sem levar teu poema. bjs


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/06/2012 00:40  Atualizado: 07/06/2012 00:40
 Re: [ … abriga-me as mãos, possa eu escrever um verso
*Esse é para guardar...esse é para reler...esse é inspirador.
Abriga-me os olhos, pois verto versos em lágrimas, querendo num poema de mar para repousar...
Divaguei.
Tão belo!
Beijo-te
Karinna*