.
.
.
.
.
.
.
.
........................................
****************************************
…
abriga-me as mãos, possa eu escrever um verso,
grita-me,
grita-me as pontuações
que eu não consigo declamar,
e, nos traços que polvilham o papel,
desenha planetas, cometas, a estrela da manhã.
Que caiam as núvens como os braços cansados de remar,
ancora-me longe de terra,
e o mar que se apiede das tatuagens em queixumes meus,
ser-lhes-à sempre longinquo a imensidão do sonho,
ser-lhes-à sempre a alma do mundo que se extasia,
nos olhos semicerrados,
destinos incumpridos, repetirei.
Vê a beleza do adormecer do dia que me queda
para além das cascatas abissais da noite.
Nos traços que polvilham o papel,
dançam os planetas, os cometas, a estrela da manhã,
…
repeti-los-ei,
[ clama-me na metamorfose desta nostalgia que me molesta sem fim].
…
[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]