Vinte drágeas.
Tragédia bebida
em copo tombado no canto do quarto.
No leito,
o materno semblante descansa
em pavor de dentes cingidos.
No pescoço,
o pingente professa a cruz que não a salvou.
Há gritos silenciosos.
Um silêncio ruidoso estagnado
nas ventas que não aspiram mais nada.
Olhos vidrados,
fixos num além-quarto de onde saem os gritos.
É noite de temporal.
A vidraça escorre o choro da chuva.
A noite testemunha sem julgar
os que desafiam a morte involuntária.