Não quero a serenidade
Mas há gestos que trazem no peito
O peso do mundo
E que tocam lugares desertos
Na forma justa medida
Da medida que é a vida
Não
Não quero números de circo
Ou trapézios verdes
Ou riscos
Quero apenas a angústia dos mortais
E rios de flores roxas
E outras que tais
Não quero estrelas
Nem sóis nem luas
Mas há gestos que trazem ao peito
O coração do mundo
Gestos que tocam fundo
Onde nascem peixes azuis
Onde eu nunca fui
Não quero números de magia
Ou cordas bambas
Ou risos
Ou sambas
Quero apenas a angústia dos mortais
E rios de flores roxas
E outras que tais