.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.
Pensativo silêncio
A bactéria do gesto robótico
Embebida no cálice sangue.
Igrejas temporais
Vagueiam pelo tempo
Mendigando a fé dos homens
Espalhando penitências
E angústias desde o cenáculo.
Contas de abusos seculares
Espalhadas entre a procissão
O rebanho segue o cego.
Sofrido silêncio
No virar da face santificada
A bater vezes no peito.
Os devotos altares
Erguidos sobre a carne que é pão
Na indiferença do luxo
E da mão a dividir o corpo
Por uns joelhos coçados
Na peregrinação da promessa vã.
Que chorem os homens
A fé também consome vida
E aquelas batinas de santo
Com bordados de ouro
Não querem saber de milagres.