Raio de sol… suave, gentil, delicado…
Em tarde de fim de Verão…
Toca suavemente a pele…
Sem drama… sem dor…
Como beijo de criança no rosto da mãe…
Como borboleta que pousa em pétala de cera.
Essências que despertam…
Em tons de pastel e suavidade calma…
Em toques de seda e aromas amenos…
E em cantigas de roda…
Despertando o olhar de quem passa…
Como quem apela ao apreço.
Azul, branco e cinza no céu…
Nuvens de inquieto silêncio…
Em apreensiva espera pela mudança…
Metamorfose que a brisa sopra… sem pressa…
E deixa à passagem breve arrepio…
Em presságios de novidade anunciada.
Olhos de crianças…
Ainda cheios de mar…
De calor…
De sons de liberdade…
De cantos de pássaros…
De risos à toa… na escola da vida…
Rasto de Verão num até breve…
Demorado, melancólico e inquieto…
Anunciando… chuvas, ventos, frios…
Fumos aconchegantes…
Tons de castanho, vermelho, violeta…
Em sinfonia de antiga tertúlia.
Quase perfeito…
Não fosse os lados de lá desta vida…
De quem,
Em estação dolorida,
Massacrado de corpo ou alma,
Se queda ante propósitos mais fortes…
Embrenhado em cinzas… demente…
Como quem não vê…
Como quem não sabe…
Como quem não sente!