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quando esqueces as palavras pela noite tardia,
tacteias à deriva pelas marés os sons dos sussurros,
que,
fugitivos,
se escondem pelas frestas da parede em madeira,
e por mais que queiras adormecer,
os ventos esculpidos no teu peito perscrutam,
aquelas outras ondas que dançam em mim.
Também eu me morrerei sem lápide, nesta imanência longe de mim,
desconhecida, que me oprime,
e se o amar um dia se saciar, mesmo sangrando
das palavras que esqueceste pela noite tardia,
que siga as migrações distantes da borboleta monarca
que um dia sobreviveu ao inverno.
Hoje o dia amanheceu mais cedo, sequioso de claridade,
o mar ficou mais vazio sem ti,
[que o olhar dos barcos esteja sempre pintado na proa].
…
[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]