Meu senso dorme metrificado pela madrugada
E em cada centímetro da noite sonha
Despejando a fantasia na umidade da fronha
Em cujo travesseiro o devaneio orvalha...
Grãos de desejos salpicam flores sobre o leito
Tecendo um néctar que inspira as abelhas,
No sono adocicado em que o mel se espelha
A sacarose oscula o sódio num frenesi perfeito.
Na imagem que se desenha sobre os lençóis alvíssimos
Tem-se a fotografia que se reporta aos cimos
Que a ilusão fomenta no cenho das miragens...
Num despertar aveludado os cisnes bóiam taciturnos
Sobre um pântano em cuja areia se afoga tudo
O que o olhar cósmico colheu da colossal viagem!