As vezes sou a seiva que corre nas veias de folhas verdes que ornam jardins em praças bonitas
Folhas que dançam tranquilas sob ventanias campestres em uma tarde formosa numa Sexta-Feira qualquer
São queridos os olhares translúcidos a me admirar. Vejo sorrisos. Encanto passantes e seus olhares distantes
As vezes sou flores, tocadas, cheiradas, queridas. Tocantes
E se retraem os espinhos protetores de minha doce majestade
Dando lugar aos afagos de mãos que sonham um sonho secreto
Me fazem de tapete real á receber princesas e reis em seus tão sonhados castelos pessoais
As vezes sou tão precisa
Precisada. Coisa tal procurada
Na conjura de amor a flor da língua nessas bocas que imploram o preciso tão '' Pra sempre ''
E mesmo quando estão ajoelhados, desarmadas almas com paixões expostas
Sou eu quem está nas alturas. Empunhada por mãos trêmulas e na derme das faces fico imposta
As vezes sou diplomacia
A desculpa muda onde emana as palavras do silencio perturbado
Que houve de machucar um coração erroneamente injustiçado
As vezes da certo
E quando esboçam sorrisos nas frontes desses lábios magoados, pacificados corações se alegram por fim
As vezes sou despedida...
Quando falta a última palavra de adeus que ser algum jamais saberá pronunciar
Na grande dor que sentem
Por aqueles que se vão para sempre
Eu sou a lágrima do amor, que gotejada em forma de flor
Abraça o passageiro da vida surpresa que vem
O enigmático novo. Desconhecido talvez, que se vai e carrega
No dorso do corpo, pessoa amada, muda sem vida e calada
Para sempre o carinho desnudado por palavras que nunca foram e jamais serão faladas
As vezes sou tida
Como a essência real do amor nessa vida
Sou remédio prescrito pra curar as feridas
E unir corações
Sou a eterna visão na perpertuada condição
De calar a voz querida
--Eu te amo, isso basta--
As vezes sou rosa, as vezes me calo, as vezes sou vista.