É rosado e fresco o seio que te ofereço, matinal,
o toque fortalecido dos bagos de uva repisada
a escorrer-se lesto, em bica aberta no lagar.
É livre,
é livre o olhar,
a íris desmedida que se ergue, que aplana, que te segue,
a cada noite, a cada madrugada, pulando espaços sempre mais íngremes d’auspiciosa colina, a íris que te implora e clama, se desvalidos, ressurgem sobre ramos, cantares perfumados, alucinados p’los tálamos dos pomos verdes e se, na planície crestada por um Sol ímpio, se abrem à palma alongada da tua mão, lírios alvos de cetim por dentro de belicosos cardos.
É dulcíssima a rosa debulhada em sal e nada,
a baixela compelida p’las enchentes, p’las correntes, p’los tsunamis da vida.
A vela latina que se ergue em coração faminto.
São singelos,
os tufos abrasados, os ecos imponderáveis dos gemidos e dos gritos
dos calhaus sempre rolados na inquietude de um mar, dos búzios depositados p’la areia murmurada no ventre de fidelíssimos rumores, o êxtase de Odes marítimas declamadas em cio por sereias prateadas.
(penteias os meus cabelos tal platina e sonho!
Sonho que sou de novo menina…)
É rosado o corpo jazido em espera em lentas madrugadas,
os beijos d’amoras rubras de boca sempre distanciados, e os cheiros, os cheiros amado, aniquilados em relógios lacunosos de pestanas coladas p’las resinas, suplantados na embriaguez de tempos suspensos em ponteiros amortecidos.
É rosado e fresco
o seio matutino que te ofereço, em tufos matizados de ternura e fantasia.
Caminho as ervas, as estrelas, as veredas curvas do resgatar de um destino e, sem um sorriso que seja, tropeço desagasalhada no renascer do novo dia.
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