Fui dormir
vomitando asteróides
e
acabei
acordando
com os solavancos.
O sono
dos justos
nem sempre
é plano
e reto,
principalmente
quando
há algo de mal contado,
rolando no ar,
até ser atraído
por alguma alma,
rota e remendada,
escondida pelos cantos,
à espera de uma chance
que seja
de grudar
na jugular
de outro ser.
Como é longo
o caminho
entre um dia e outro,
feito não só de horas,
mas também de minutos
e segundos
e instantes,
todos muitos mais
equidistantes
da Eternidade
do que
se pensa.
Bocejo
e
engulo
o resto de luz,
cuidadosamente depositado
no pires
de porcelana branca,
para untar
o compromisso,
atribuindo
sabor
ao oratório.