Como quem encontra
a saída da cripta,
cresço no fogo e no ar,
forjando o tempo,
no tempo onde o tempo tinha tempo
de esculpir e encarnar
o que antes
cuspia e escarrava,
até que fossem expulsos da garganta
os resquícios mais mundanos.
Respiro fundo e por um instante
sinto fortes pulsações
na fração suspensa do tempo parado.
Meus devaneios são protegidos por uma cortina de pó
no exato instante em que
toda a literatura do mundo
parece um pé na estrada
ou um uivo distante.
Na dúvida, botei um disco de Bob Dylan
para atrair as madalenas do deserto.