Que bons ventos o trazem?
Daqueles que já não mais se fazem?
Será Bóreas, Zéfiro ou outro qualquer?
Quem sabe uma brisa, que desnuda a pudíca mulher?
Se esta rua fosse tua,
em qual casa esconderia a Lua?
E qual a cor de cada pedra?
A mesma da que foi pisada por Quixote de Saavedra?
Enquanto toca a Ciranda de Lia,
por perto resplandece o riso de Maria,
o beijo do mar, o cheiro da maresia.
Soneto leve, como a vida deveria ser.
Um poema, uma ciranda, uma Maria;
e um vento morno no fim do dia.