O pólen da nossa flor
Cai dos dedos
Enquanto o sol se deita
No precipício de nós
E morremos gelados
Entre tempos relógios
Que separam homens.
Vermelho sangue
Corta-se a carne.
Enche-se o copo
Bebe-se até ao fim.
Letras cansadas.
Arde âmbar incenso
No fogo da manhã
E hoje é o nosso ar
Espalhado nesta sala
Que servirá os mortos
Fecha-se a carta
Quem escreveu escreveu.
Vira-se a página
Sente-se a vibração na pele.
Uma rosa entre palmas
A Amália canta baixinho
E ninguém dá por nada
Bis
Bis
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.