Que outro poema posso escrever
Que descreva tudo o que sinto
Quando os nossos corpos se abraçam
E num beijo galgam o mundo
Transpõem as fronteiras da vida
Para além dos limites de nós?
Que outro poema posso escrever
Que fale de ti, se todas as expressões
Não chegam para desenhar o que sinto
Nesta maré absoluta de emoções
Neste rio solto de sensações
Que galga as montanhas do infinito?
Meu amor, não adianta procurar palavras
Tu és todo o tudo em mim...
Descobri que a minha alma é parte da tua...
Uma só, despontada como flor num jardim
No pequeno mundo onde vivemos
Onde nos fundimos com os astros
Numa galáctica sem fim...
Descobri nos teus braços o valor da vida
Numa semente de girassol
Numa gota de chuva
Num gesto de afecto prenhe de sol...
És a porta aberta à minha loucura
A passagem para todos os mundos desconhecidos
Os segredos vividos na teernura
De um afago, de um beijo, de um sorriso
No mar bravo das sensações dos sentidos!
Então quero-te mais e mais
No nosso querer tão longo e tão profundo
Como um canto, uma asa, um esplendor
Que levasse, por nós, a paz ao mundo!
Na leviandade do nosso encanto
Partilhamos o desassossego da carne
Na insónia das noites, na lucidez dos dias
Somos o sonho dos casais
A perfídia dos animais
A leviandade dos corpos detidos
Entre as fronteiras da fantasia!
antóniocasado
31 Dezembro 2011