Foste um rei tirano!
Fizeste de mim o teu escravo...
Sobre os lençóis insones
Chorei a dor do abandono
Que levou com ele o meu sorriso
E me atirou à lama da loucura
Até me perder dentro de mim...
De cada lágrima saltava uma questão
Sobre o confidente travesseiro:
- Ninguém merece sofrer o que sofri!
A felicidade é um direito
Que pertence toda a gente.
Que queres tu de mim?
Depois do coração despedaçado
Ainda esperas que seja quem fui?
Aquele que te amou, partiu
Como uma ave ferida...
Fonte seca e sem vida...
Partiu
À procura da alegria que me roubaste
Do amor que desperdiçaste
Da felicidade que assassinaste.
Que queres tu de mim?
Vingar-te dos teus próprios erros?
Esqueces-te que quem se arrastou pelas ruas
Pelas noites chicoteadas pela lua
Enrolado na humilhação das lágrimas
Foi este corpo desprezado?
Que queres de mim agora?
Nada mais em mim te pertence!
Tudo em mim se modificou.
O amor dou-o a quem me merece!
A quem me fez entender que a alegria
É possível num sorriso, num sonho;
A quem me fez sorrir
E me estendeu a mão no meu abandono;
A quem exije que viva!
O meu amor pertence
A quem entregou à minha alma
Bem mais que o que me deste.
O meu amor é uma pira de fogo
Que arde por quem me ama
Que incendeia a minha cama
E me deixa prostrado diante da alegria.
O meu amor pertence
A quem vive comigo
Nas asas multicolores da minha fantasia.
antóniocasado
20-05-12