Fermenta a massa, mas não sai o pão
Rebenta a onda, mas não pára a ressaca
Uiva o lobo, mas esconde-se a lua
Serena a noite, mas não lava a alma
Transborda o rio, mas não carrega a lágrima
Renasce o sol, mas não aquece o corpo
Atira a pedra, mas não alcança o alvo
Caminha o beduíno, mas não chega ao oásis
Avança o tempo, mas não se move o pêndulo
Ouve um grito, mas abafa o peito.
AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 19-5-12, a propósito de uma sensação muito forte, de algo que é bruscamente interrompido.