Corro junto com as águas vindas lá de trás,
da lonjura dos tempos, não de outro lugar.
Com elas, canto canções peregrinas,
vozes borbulhantes de quotidiano comum,
nas reviravoltas de um rio tão presente
como esquecido.
Corremos juntos, quando correr
supõe movimentos efervescentes,
espumas brancas
e rumores de seixos entrechocando-se.
E corremos juntos, também, quando somos
apenas uma lâmina verde, estática,
parada na passagem dos dias céleres.
Ou apenas um brilho de prata líquida,
estacionado em noites brilhantes de lua.
Juntos, deixamos para trás a indiferença do mundo,
prescindindo de tudo
o que não possa mudar...
Assim, corremos aliados
em perene testemunho de conciliação.
Elas, vindas de onde eu venho.
Eu, indo para onde elas vão.....
5/5/2007