Há um filme...
Há um filme...
e passa-me cena-a-cena o coração
e comove-me a alma entristecida
no leito de qualquer lembrança vinda
que já não me traz mais essa hora tida,
sendo apenas forte despedida,
acenando-me furiosa a mão
Noutro filme chega-me mais dor ainda
e visitam-me acres lembranças
entre dores e sorrisos de amor.
Um filme parece nunca se acabar
e sei que tanto ainda há de maltratar
esse pobre coração que escreve,
sendo ele o filme,
sendo ele o verbo
de qualquer oração lembrada
no clamor de tão dura espera...
Há um filme que judia
e deixa que de mim saia a alegria
talvez para nunca mais voltar ao coração...