Ó, vasta e densa cabeleira,
Tosão ondulante de negrura
Que cai em caracóis pela cintura
E em franjas pelas sobrancelhas!...
Quero agitá-la em véus de brumas
Para que faísquem pratas de cometas;
Para que seja refúgio das borboletas;
Para que seja um céu de espumas!...
Quero prendê-la num céu de estrelas;
Enroscar a negra crina em meus punhos;
Cavalgar em teu dorso pelos mundos;
Rasgar contigo as tardes vermelhas!...
Quero um gozar novo, de forma serena;
Ejacular uma via-láctea dentro de você;
Fazer-te um filho como eu faço um poema;
Depois feito um louva-deus... Fenecer!
Gyl Ferrys