Preciso de uma terra fértil para plantar meu trigo...
Na estiagem humana impera a indecência,
Com a aridez do solo o pudor envelheceu
E rompeu-se o silencio que se escondia atrás das portas...
Já não há o sussurro que estreitava as alianças
E a sedução entrou em greve por falta de abrigo...
Preciso de uma terra fértil para plantar meu trigo
E umedecer o chão gretado com lágrimas de orvalho,
Fazer germinar o amor que anda poluído e solitário
E destituir essa politicalha causadora de todos os conflitos...
Preciso de uma terra fértil para plantar meu trigo,
Recambiar a decência para os braços da ternura
E ouvir a canção que fotografa o amor na partitura...
Ver o pudor renascer soberano a cada dia
E cantar numa simbiose repleta de nostalgia!