Enfeitaste teu corpo com silicone
E escondeste a mansão natural de tua beleza,
No santuário em que edificaste inexpugnável fortaleza
O encanto travestiu-se em mazelas não sei donde.
Abriste o arcaico baú das suturas e ignomínias
Ao adornar teu corpo com miasmas fantasmagóricos e piratas,
Perdeu-se o vislumbre que aparecia em harmoniosas cataratas
E tua fotografia se vê envolta em esdrúxulas metonímias.
Nada restou de tua fonte escultural de amor,
Rasteja o soberbo pelas veredas universais da dor
Que plantaste ao olhar magnificente do belo...
Na atomística retina que busca o colossal
O afrodisíaco afogou-se em escuro lamaçal
Em cujo pântano deixaste vertentes dos teus farelos!