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I
e quando tudo terminar onde ficarão as palavras,
terminarão elas também?
Quero-me mar, querer-me-ei então som em silêncio,
aquele que range a alma,
aquele que sempre me suspendeu
no precipicio do promontório um dia,
ou noite, já não sei.
E quando isso acontecer, [que me interessa o quando],
nem saberei colocar a mão sobre as letras em forma de orquìdea,
ou aquelas outras em cor de cereja,
então,
querer-me-ei despido de mim, que a carapaça apodreça.
II
Dos ventos,
que seja,
querer-me-ei vento, não brisa, vento
forte,
furacão que limpe as lágrimas que ainda resistem,
e mesmo que o mar as tenha todas recolhido,
libertar-me-ei destas pedras angulares
que nada já sustêm, nem pó.
As crianças serão então livres, como o fui em tempos,
e regresso ao principio, ao ventre,
ao mar calmo,
serei então eu.
[Finalmente].
...
[do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]