Há sempre um destino para cada estrada,
para cada rio, para cada deserto, enfim,
para tudo e até mesmo para nada,
para nada que tenha tudo sem haver nada assim…
Claramente não há falhas nesse projecto;
tudo o que começa também acaba,
há sempre um bebé depois de cada feto,
em cada bebé há um que se baba…
Assim como haverá uma curva
depois de uma longa recta,
a noite depois do dia…
A nitidez, após uma visão turva;
depois da acção errada, faz-se a correcta…
depois de tristeza, teremos alegria.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.